do que quando falo,
por isso canto,
silenciosamente em meu canto
e só quando quero,
por isso quero, e quando nego
o meu querer,
por instinto calo.
Eu seria dois Ases
se um de mim fosse
um Ás.
Eu quisera um oásis
mas no caminho que preferi
só há veredas,
por isso eu sigo,
pois quando paro, e se paro,
é decerto para reparar no
deserto que ficou para trás,
por isso espero,
e quando chego,
é quando parto.
E o vento faz-se areia e tudo
é sol e tudo é árido,
e o tempo um pesadume que
torna forte quem por sobre
a vida inteira, por o levar em
conta, se encarrega de manter-se
jovem e em festa,
por isso calo, e envelheço,
envileço como aço inoxidável
que mata pela natureza do
ferro, do ferro do sangue
que a areia quente convida ao
solo,
por isso eu sangro,
e se mato também,
morro no instante
do ato...
Calo o instinto que cantara,
canto para minha morte
enquanto da ferida eu saro.
Eu seria um só
e do mar seria furiosa onda,
se eu não fosse só deserto
sendo assim a humanidade
toda.
Um comentário:
Un oasis de inquietud enmedio de una Oda sangrante entre un silencio desgarrador. Profunda y bella poesía. Te sigo también. Un blog interesante. Saludos
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