sexta-feira, 19 de julho de 2019

Íntimo

O semblante despreocupado
de um abismo pensativo,
fosso profundo depressivo
pró fundo do poço auto
depreciativo, sádico e radical,
não espera mais pela
esperança, não possui fé
alguma em nenhuma crença,
é só um abismo meditando
esperando calmamente
pelo fim.

Deriva

O Fogo e o Incêndio
A Água e a Enchente
A terra e o Terremoto
O Ar e a Ventania

A Natureza e a Devastação

A Vida e o Genocídio
A Vida e o Suicídio
A Vida e o Homicídio
A Vida e a Doença

A Vida e a Extinção

Os Homens e a Guerra
Os Deuses e a Religião
A Fé e a Igreja
O Diabo e o Sacerdote

O Homem e a Humanidade

O Cristo Jesus e a Cruz
O Amor e a Cruz
Os Sonhos e a Cruz
O Destino e a Cruz

A Ideologia e a Crucificação

A Chuva e a Tempestade
O Céu e a Queda
A morte e a Possibilidade
A Busca e a Glória

A conquista e a Redenção

Essa Droga Poesia

Pasta base verborrágica em
sintaxe bruta como
matéria prima para
(a alquimia dos verbo)
uma sínquise de versos
sintetizados que produzem
diversos tipos de poesia
diversificada,
e a química da pena
e a inspiração do poeta,
determinam nisso tudo
para àqueles dessa droga,
a garantia de uma
fina pureza poética.

Especiação

Onde estão os
braços do abraço,
o abrigo do colo,
os lábios do
beijo, onde
estará o
beijo dos lábios?

Cadê o agente
de mim mesmo,
o eu do meu
íntimo,
para onde estará
fugindo a timidez
desse prolífico
individualismo?

Onde está o
ente do presente,
o assim assado
do passado,
onde estará
a manhã do
amanhã e o
entardecer
do futuro,
aonde anoitecerá?

Deus, onde estão
todos, inclusive
vós, me diga o
lado para que eu
possa ir para o
oposto sozinho e
a sós.


quarta-feira, 17 de julho de 2019

Temor Amor

Um horror de amores
alma adentro e coração
afora em honras de
horror de amar,
mas horror mesmo é
não amar quando
amar é não viver
em horrores.

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Relatividade

Possuo um medo,
dissera o tempo
ao passar
incansável pelo
calendário
mais uma vez
- medo de jamais
ser diferente entre
as espécies de vida
que determino e
meço, medo de ser
o mesmo tempo
para diversas e
complexas existências
transitórias no eterno
tráfego do infinito.

Enfan'terrible

O próximo póstumo sou eu;
O horizonte próximo é a morte;
O póstumo futuro foi ontem, e
O amanhã é hoje e já anoiteceu.

Os Homens serão todos cosplays
uns dos outros no futuro,
muitos já são, já não há mais
considerada personalidade.

Toda e muita tecnologia para
muito pouca humanidade,
contra a maturidade high-tech
de todos sou eu o único imaturo
jovem, em breve, um espécime
Sapiens analógico (rationalis)
exótico e único então.

Sou eu o póstumo próximo;
É a morte o próximo horizonte;
Ontem foi o futuro que se foi e,
Já anoiteceu, mas o amanhã
é ainda hoje.

segunda-feira, 8 de julho de 2019

Dessacralização

Deus é bom
Eu sou mau.
Deus é etéreo,
mas é duro e
é rocha,
é inabalável,
e isso é bom.
Eu sou filho
da carne,
da matéria de
Deus, da sua
aura imagem
e semelhança,
mas sou mau,
Soulmal
física alma ruim.
A carne,
minha carne,
é campo para o
mal, praça para
o pecado existir,
pensando assim
é fácil deduzir
que o mal provém
da instabilidade de
Deus, da carne etérea
divina, da poeira
estelar do Cosmos,
ou seja,
o mal vem e virá do Céu
a cair.

Geada Negra

Ártico arterial,
glóbulos vermelhos e
brancos neve,
frios e sólidos
e quebradiços
flocos caem em
um intenso inverno
venal.

Cromossomos gelo geram
insumos como húmus férteis
para fazer nascer dentro do
ser a mais fria das almas
gélidas, de genoma frio e
DNA em brio invernal,
eis que surge esse monstro
colossal interno, entidade
fantástica encarnadora
moral de icebergs.

Terrível como quem devora vivo
clãs e mais clãs de
Abomináveis Homens das Neves,
veste-se de Sibéria e congeladas
Estepes, mas seu traje favorito é
seu sobretudo polar com
golas altas de Everest.

Sempre pro topo do grau mais frio,
muito abaixo do zero absoluto
se ergue, surge e se eleva esta
consciência nova por agora
mas tão antiga quanto os
ventos congelantes que
sopravam pela vastidão
de uma Pangéia ainda
completamente intocada e inteira,
uma consciência adormecida que
sua frio diante da possibilidade de
ser finalmente acordada,
então dentro da alma soa o
alarme que avisa que
é chegada a Era de uma profunda
existência interna glacial.

É chegada a hora.

domingo, 7 de julho de 2019

Universo Poético

Impor a Deus o
reconhecimento
da minha existência
e impor a mim
mesmo a minha
descendência divina
diariamente através
das minhas orações
para deuses pagãos
que em mim
acreditam,
quero que entendam
as plêiades de todo o
universo poético,
entendam e aceitem
que Eu existo.

In Crível

O difícil de
acontecer não
cria o
impossível,
porém é
mesmo incrível
o poder da crença,
de tanto não
acreditar na
realização de nada,
nada realmente
nunca aconteceu.

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Emigrados

Exaustos os Faustos Diabos
de um Inferno Enfermo,
cansados do Caos e do Fogo,
vieram para a Superfície,
conheceram os Homens e
fizeram morada no Céu.

Exaustos os Faustos Anjos
de um Céu abalado,
cansados do Frio e de toda
aquela Brancura encardida,
vieram para a Superfície,
conheceram os Homens e
fizeram morada no Inferno.

Certeza

Prefiro uma morte
trágica
e nada simbólica,

do que um fracasso
lírico e ideológico.

Prefiro um niilismo
tímido e recatado,

do que uma crise de
crença promíscua em
tudo aquilo que duvido.

Tentar até o último
minuto de dúvida
exercer o melhor de
mim para o mundo
e nos segundos finais
da busca desistir de
tudo para poder
morrer em paz.

Desde Sempre

Decorre o tempo
desde antes e
desde sempre
corre e foge...

Foge do sempre,
maldição dele
desde antes ele
mesmo,

desde sempre.

Para onde vai o tempo
e de onde veio?

Decerto vaga buscando
encontrar de volta o
caminho de casa,
partiu para voltar e se
perdeu no meio.

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Se

A priori
em tese
quem sabe
quem dera
poderia
ou pudera
talvez
se...
mas e
será?

Punksia Speciosa

Versos e reveses,
rarefeitos efeitos
causam a tese dos
versos refeitos
(reversos) re-versos
rasos, inversos,
universos inteiros
sob a ótica caótica
alheia (terceiros),
tentar testar o caos dos
versos e ao perceber
o mesmo caos de sempre
entendo que o alheio
nunca deixou de
ser o mesmo eu,
o eu mesmo de sempre.

O eu do às vezes eu mesmo
mesmo muitas vezes sendo
outras personas e blefes.

Versos e reveses,
as vestes da escrita
aqui, ás vésperas de
serem despidas por
mim, ora nos versos,
ora nos reveses
da poesia em si.

A pena em eterna
e terna pena capital
por tentar, em tese,
existir...existe e,

resiste as teses,
registra
magistralmente
toda a poesia que
possa reverberar em
verbos vastos e
undergrounds prontos
para emergir, o novo,
subverter a ordem do
status quo em desordem
e disciplina, desordem
disciplinada diz
ordem displicente,
nonsense,
e com a angústia da
pena, sensibilizada.

A poesia sensaboria
(diriam) que não agrada as más
línguas detratoras da
libertinagem,
são prostitutas da métrica,
da proliferação dos
reveses que
à minha obra causam,
obra de arte,
obra que arde em causa e causa
cáustica vertigem ao
establishment e aos
seus senhores,
servos do mesmo,
das velhas máximas
das hegemonias tristes
e estagnadas,
obsoletas e estúpidas e
mais mais entre outros
males que tolhem e
adiam a tão aguardada
ruptura desejada.

Versos versus o pathos dos
verbos falhos de olhos que
não conseguem o horizonte
novo conjugar.

Versos versus toda
a sorte de desprezos
que apontam (põe) o
dedo para a ferida
hemofílica do
meu azar,
azar de ter nascido
poeta maldito e
obstinado a destruir
a mediocridade dos
miseráveis que vivem
à mercê do ser e estar
do sujeito desprezível
que são.

Estou acima,
pois mesmo no
mais profundo
subsolo eu não
poderia deles
estar abaixo.

Nova Poesia Nova
pronta para
envelhecer,
Ah! envelhecer,
apodrecer e
determinar com
o suprassumo do
suco dos seus
restos poéticos,
com o chorume,
o chorus dos
versos e re-versos
e reveses e vieses
ideológicos,
uma poesia mais
augusta ainda.

Você é o que lembram de ti,
a memória do mundo respeita o que o tempo
considera como relevante presença,
o que configura com grande importância
para a reminiscência da saudade e da vontade
de alguém que se permite sobre essa ausência
pensar.

Eu como amante do passado
sinto falta agora de um
tempo que ainda virá.

O novo é o velho em tenra idade pensando em
o que desejaria ser para o futuro lembrar.