quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Gente pouca

Dislexia existencial
versus concretismo patético,
desforra social,
desaforo poético em versos
versus vermes,
poesia doida,
doída, aguda,
contra muita tecnologia pouca
(salão do automóvel e diariamente se morre de fome,
não há verbo na boca),
miséria física, psíquica,
e etérea e eterna e etc e é
de certa certeza a vera
que há muitas outras misérias e mais mazelas
contra todas as pessoas que são
gente pouca, de muita servidão
tecnológica sem lógica existencial alguma,
e quanto ao tocante da enormidade
das desgraças humanas, cúmplices!
desgraças divinas medievais em voga,
Deus sideral versus a miséria
de um deus igreja!
Errata!
Errata Armagedom agora!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Dilaceralma

A arder no céu é amar,
d i l a c e r a' l m a,
afaga em faca,
amálgama da carne e
da alma,
amarga fama pra quem
ama, pela eternidade ser
ignorado pela vida na morte,
por toda a vida ser desejado
pela amada amante morte.

A dádiva de amar
é lástima ulterior,
Nada atrai mais azar do que
a sorte,
é dor que sangra em
vermelho ardor da flor que
do jardim uma inocente
paixão arranca,
todavia nada é mais
inocente que o amor,
o amor incandescente,
caído dum céu em chamas.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Inefável

Ainda não sei que impacto
causo no mundo para saber
o que o mundo pensa sobre
mim, sob mim a vida,
estrada sinuosa por onde
minha existência pisa quase
incógnita querendo impactar.

O ser nada mais é do que uma ida até o desconhecido...
buscando respostas sem saber perguntar,
assim algum livro dizia,
eu quando pude dizer algo
pus-me a caminhar pelo inefável do silêncio e em
mudo ruído
num mundo puído
exato de certezas gastas e velhas e em ruínas ardendo
todos os indivíduos,
fiz-me nova poesia.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Renasço

Morro ontem e,
hoje,
quem dera eu
pudesse nascer
de novo
para saber se
me mato.

Se sorrio sob a chuva,
se sobre,
ou se a observo.

Não sei se é chuva
ou se é choro.

Se escrevo sobre
ou se sob ela eu renasço.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Ansiedade

Debruçado sobre as mazelas da vida,
as mesmas angústias e dúvidas que
assolam a existência humana desde
sempre, minha existência pergunta
em que consiste a esperança
debruçada sobre a ideia de dias
melhores?
O pensamento responde que viver
é esperar, mesmo para aqueles que
buscam,
esperar a morte,
a redentora.
Admiro a impaciência dos suicidas. 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Carbonado

Um apanhado de átomos átonas,
atônitos querendo ser Deus,
desejando ser tônicas
como a mais imponente
sílaba duma frase qualquer
sem importância.
Estes são os átomos que me
compõem.

Santidade

Ah garota cigana,
bruxa divina, linda,
profana, afaga-me
com teu cálido e
doce hálito,
fale-me sobre búzios,
bichos e astros,
mostra-me o cosmos
num beijo com o sabor
sideral dos teus lábios,
quem dera conhece-los
e em vos fazer minha
morada, das palavras da
tua boca minha oratória,
minha retórica tu'alma
e teu corpo de Vênus
minha poesia áurea.
Santidade agora
santificada em pecados
pela beleza que carrega
universo afora.
Ah garota cigana,
daria tudo para ter
contigo uma
existência em gloria.

Azulejos Vermelhos

Vermelhos, os azulejos não
compreendiam o que eram,
polidos e cultos, todos se
achavam num ambiente
imundo, lançavam olhares
tristes e perplexos uns para
os outros, pobres azulejos,
eram contradições
decorativas, como flores que
nascem na merda,
eles guardavam banheiros.

Suicídio

Ela tirou a própria
vida,
a poesia,
agindo sempre a
favor dos próprios
medos, adicta da
métrica ela não
aguentava mais,
queria ser livre,
ser verso livre,
sem culpa,
sem rima rara,
sem vícios,
sem nada,
por isso ela tirou
a própria vida,
a poesia metrificada.

Raso em profusão

A noite, a chuva, a lua, o nada,
o todo, em mim tudo isso
é apologia poética (aluda),
minha apologética para a
existência cretina para eu
fazer poesia.
Eu observo e observando
versejo o ensejo do universo,
dentro do léxico poético,
compondo-o estão os astros
e estrelas entre metáforas e
versos e sofismas, silogismos
e rimas negras, axiomas que
se somam a tudo isso para
derrubar qualquer postura
liberticida do cosmos.
Uma canção do Ramones,
um sonho que'u tive,
uma fração de novos sabores
ainda que oníricos, vale muito
dentro desse quadrado
cotidiano de mármore,
um espetáculo é a vida se
a mesma não for drama,
nesta vida,
minha existência,
leitmotiv Ramones, Beethoven.,
e dramas e dramas e alguma
poesia pouca.

Há os que suspiram
e há os que gritam e
isso não é só ideologia,
é apetite se for fome
é deus se for heresia;
é castigo se for dom
o privilégio de ser
Homem, de ser um
descendente Sapiens
da espécie, temente a
deus e a pecados,
é carbono deteriorado,
é barro, são células
em surto catequizadas
por um vírus
ideológico porém
muito aporético
fundamentalmente.

Pulsa dúvida toda a certeza vigente,
por dentro há vida de verdade o que
por fora aparenta?

Do ódio o ópio
do amor a dor
da tristeza a beleza
da felicidade o estupor
do sorriso o riso
do choro o sal
do Homem a guerra,
deus, religião,
do homem o caos,
Deus, religião,
embrutecimento
moral do indivíduo
em prol da multidão.

Da multidão Eu.

Da vida o ópio,
a dor, a beleza,
o estupor, o riso,
o sal, a guerra,
Deus, religião,
caos.

Do caos Eu
raso em profusão.

A amorosidade da vida em conflito com
a morosidade do destino em cumprir sua
profecia, vivo estou e isso nunca bastará.
Bastaria se o contrario fosse verdade, se
não houvesse vida é certo que nada seria
tão ruim como o quanto ruim é estar vivo
e...nada, apenas a reticente eloquência do
cosmos a aviltar,
a vociferar do infinito um grito ontológico,
BUSQUE!!! ainda que seja o nada.

Meu eu
lírico, poético,
cínico, crítico, clínico, patético,
meu eu objeto-ego é o nada
objetivado pelo universo,
enfadonho fardo carregar por onde
pisa esse brado no ouvido,
outros acham isso,
meu eu empírico acha uma
delícia.