buscava em ti a percepção
de tuas vestes de seda de Lótus,
mas minhas mãos rápidas e
gratas pelo dom do tato só
pensavam em despir teu corpo
que a propósito da nudez
aguçaram também meus
destemidos olhos e eis que
surge teu corpo nú,
desde o teu pensamento mais
altivo até teus obliquos calcanhares,
nua a presença do teu corpo
definido em imagem de Vênus,
fez-me a alma achar-se um Deus
grandiloquente, mas que em
silêncio prolixo repetia para
meu corpo um mantra que
aprenderá sete existências atrás,
e dizia:
vá, ama, ame-a como o mar
ama suas águas, como amar
o mar sabe sobre suas ondas,
vá, toma-a em teu destino e
faça da beleza que cada poro
dessa macia pele sugere tua
única forma de pertencer a
esta vida...
E desde então pus-me a viver
dissecando flores.
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