domingo, 23 de junho de 2024

Erro de Valor não Disponível

Em absoluto, o poeta,
desestabilizando-se:

-Absorto em absurdos!

Absorvido pelo pesadume de uma
existência absolutista e
aberrantemente bela, e 
Ela enquanto contraditória, 
ele medita:
   pensa em escrever sua mais nova
   obra prima, pensa em usar de leveza,
   mas pesam seus pensamentos pela
   cabeça de sobremaneira que um
   poema não nasce, mas desenvolve 
   material mental para sete novas ideologias
   e dissolve tudo o que já se elaborou sobre
   poesia até o presente instante. 
   E quando um verso ousa nascer,
   a inspiração abstrai  uma distração da pena,
   mais uma, e chama a atenção pro poema,
   tortos, os dedos, põe-se a escrever, mas fazem
   de má vontade, pois pensam em deixar a
   a escrita, antes que sucumbam retorcidos 
   para sempre:

para, diante do sempre,
minha poética, e recusa
a eternidade, e o esforço 
do tato dos dedos tortos 
trazem à tona       versos
profundos que valhem a
estima que     alcançam 
pela verve do poeta que
os concebe. Eis os versos:

Musa ensandecida,
uma fúria que se 
apresenta como a
poesia que esclarece,
ainda poesia mas,
agora ex-Musa de um
axioma da métrica 
que atrofia, e que
enobrece a fuga e o
cabresto usa como
látego  para açoitar
quem ousou podar
a inspiração:

Se não pode com a poesia
jamais ouse escrever,
ouça-a com os olhos
enquanto a declama o
silêncio,  pois sem perceber 
tua presença, os versos
deixam-se se envolver e
participam de você para o
resto de todo o sempre,
o mesmo sempre que 
a poética se recusa se
submeter, porém você, 
jamais será imune, pois
ninguém é imune a poesia 
e sucumbirá elevado,
queira ou não e mesmo que
não queira, tua vontade já 
será por conta do impacto
da poesia sobre vossa nobre
insignificância. 

Em resumo,
o que disse a poesia
que tu'alma jamais
tenha cogitado?

Nada. E mesmo que desconheça
o valor de nada,
tens a poesia equivalente que
tudo esclarece,
e se ainda assim não alcançar o
nada, você pode,
uma vez que esqueça teu corpo,
usar de tua alma
d e s m e d i d a m e n t e.


   

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