desestabilizando-se:
-Absorto em absurdos!
Absorvido pelo pesadume de uma
existência absolutista e
aberrantemente bela, e
Ela enquanto contraditória,
ele medita:
pensa em escrever sua mais nova
obra prima, pensa em usar de leveza,
mas pesam seus pensamentos pela
cabeça de sobremaneira que um
poema não nasce, mas desenvolve
material mental para sete novas ideologias
e dissolve tudo o que já se elaborou sobre
poesia até o presente instante.
E quando um verso ousa nascer,
a inspiração abstrai uma distração da pena,
mais uma, e chama a atenção pro poema,
tortos, os dedos, põe-se a escrever, mas fazem
de má vontade, pois pensam em deixar a
a escrita, antes que sucumbam retorcidos
para sempre:
para, diante do sempre,
minha poética, e recusa
a eternidade, e o esforço
do tato dos dedos tortos
trazem à tona versos
profundos que valhem a
estima que alcançam
pela verve do poeta que
os concebe. Eis os versos:
Musa ensandecida,
uma fúria que se
apresenta como a
poesia que esclarece,
ainda poesia mas,
agora ex-Musa de um
axioma da métrica
que atrofia, e que
enobrece a fuga e o
cabresto usa como
látego para açoitar
quem ousou podar
a inspiração:
Se não pode com a poesia
jamais ouse escrever,
ouça-a com os olhos
enquanto a declama o
silêncio, pois sem perceber
tua presença, os versos
deixam-se se envolver e
participam de você para o
resto de todo o sempre,
o mesmo sempre que
a poética se recusa se
submeter, porém você,
jamais será imune, pois
ninguém é imune a poesia
e sucumbirá elevado,
queira ou não e mesmo que
não queira, tua vontade já
será por conta do impacto
da poesia sobre vossa nobre
insignificância.
Em resumo,
o que disse a poesia
que tu'alma jamais
tenha cogitado?
Nada. E mesmo que desconheça
o valor de nada,
tens a poesia equivalente que
tudo esclarece,
e se ainda assim não alcançar o
nada, você pode,
uma vez que esqueça teu corpo,
usar de tua alma
d e s m e d i d a m e n t e.
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