segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Aptidão

O que a presa faz quando
encontra o caçador desarmado
e decidido a não fazer mal
algum?

Ela ao certo não precisará
fugir, também não poderá
atacar, pois certamente não
terá forças suficiente para
subjugá-lo, uma vez que é
uma presa pequena.

Quando eu tiver em minhas
mãos a vida que tanto
idealizo para mim e desse
modo for feliz e satisfeito,
o que eu farei com toda a
bagagem de tristezas gastas e
seminovas que trago comigo
embutido em meu peito?

A presa fugirá sob o comando
do instinto.

Graça e Vitória

Excesso e retrocesso,
a máquina militar,
a força à força,
a forca popular,
o querer fazer do
poder, patíbulo, púlpito
para um discurso tirânico,
despotismo como regime
governamental.
O Estado em estado débil,
a debilidade de raciocínio
dos adeptos da confusão
mental como discurso
político, como ética, razão,
como luta em nome da honra
e em defesa dos bons costumes
e da família tradicional.
Não há molde de família ideal,
não existe modelo mais bonito
de família do que a opcional,
aquela que se escolhe e que
nos acolhe por afeto, por força
espiritual, não por sangue,
tradição, mas por amor, respeito,
empatia, consideração.

Não aos canalhas que vêm
sob o nome de Messias,
não aos messias, aos malditos
cristãos, aos demônios,
não aos que confundem
nossa realidade com as suas
estúpidas fantasias.

Não aos canalhas em pandemônio

Sim a tolerância, ao repeito,
sim a liberdade, igualdade,
a fraternidade como máxima
à la francesia.

Sem mais minoria predominante,
nem casta que domine,
sim para nós, nós todos ignorantes
enquanto a ignorância for a
nossa pátria mãe.
Não, chega, basta!

Mas se todos formos uns
para com os outros, se formos
todos por um, por uns, por todos,
então no futuro nossa bandeira
será a gloria.

Quando aceitarmos que todos somos
iguais então entenderemos o
propósito de sermos:

Graça e vitoria.

sábado, 19 de agosto de 2017

Depois dos amanhãs

Depois de amor eu só quero
álcool e cocaína, depois de
ontem, o hoje apenas não me
basta, eu quero o amanhã, e
depois o depois e, depois dos
amanhãs, mais e mais.

Não há calendário
nem relógio que
resista,

meu tempo tem o tempo dele...

e quando achar que acabou,
estaremos ainda na premissa.

Estou ferido de vida e
morrendo com saúde.

Depois desta vida eu só quero
férias e viajar no infinito pela
eternidade atrás de ressacas e
bebedeiras.


Vivo Amor to vivo

Mói meu amor o teu pesado coração de chumbo,
teu cofre blindado de paixões é de ilusões um
fosso profundo, é nessas Fossas Marianas do teu
peito que eu mergulho, na pressão esmagadora
que o amor exerce sobre os vencidos.

Sabendo que por tuas veias
circula mercúrio,
eu seria feliz se
fosse um vampiro autômato
com sede de metal líquido.

Um infeliz ferido pela
lâmina do amor,
e quando eu morrer
dessa ferida letal
serei um mártir, um
tolo, um covarde,
um morto bobo, pois
os mortos também
amam.

Como os vivos,
(como um vicio)
pela mesma
necessidade.

Sentir-se vivo.

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Adventus

Eu tenho toda a idade do tempo,
conheço a biografia da vida e
sei sobre o mundo e a origem
de tudo.

Do fim de todos eu sou o advento.

Eu sou a morte,
o passado acusador
que te culpa pela
memória, sou eu a
sorte do destino
buscando encontrar
diamantes por entre
escombros e escórias.

Sou Jesus sendo Judas,
sendo Judas fui Jesus,
sou prego, madeira,
sou sólida cruz.

Aquela ajuda que tua
recusa sempre quis.

...e para toda satisfação
fátua que governa cada
existência,
s o u  s i n c e r a m e n t e
uma tristeza feliz.

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Advertências ao espelho

Eu,
se fosse você
não seria eu.
Seria eu
se fosse você.

Se não fosse eu
o eu que sou,
não haveria
você, porém
você, sendo
o reflexo do
que sou, sou
eu...sendo você.

Enfim o Fim e Afins

Nós sobreviveremos até a chegada
da hora da nossa morte.

Eu queria ir me antes.

Acho deprimente ficar
para presenciar o fim.

O fim, meus fins.

Intempérie

O silêncio produziu um
documentário sobre mim
intitulado "Sobre algo que
não aconteceu".

É sobre versos dispersos,
diversos e demasiados tolos.

É sobre a poesia que nunca
de fato chegou a ser, que tão
pouco foi e que, resiliente,
certamente ainda é.

O silencio termina dizendo
que aquele que aprendeu a andar
correndo, para descansar
caminha. Pois é, mas o que isso
quer dizer, nem Zaratustra
adivinha.