quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Pathos

Eu entendo a lógica dos psicopatas
e percebo antes o que não posso
controlar,
o automático é reprogramável e 
que cada maldito poeta suporte
por toda a vida a má sorte de
seus poemas.
Poesia minha psicopatia,
minha fobia é não ter nada a
temer e quando sozinho é sentir
a falta da vontade de ficar só.
Deus me livre de ti,
se livra de mim Deus por medo
de todo o mal.
Meu amor é odiado e assim sendo
meu adeus sempre crê que 
acredita no diabo.
Diabo se livra de mim e me 
devolva a Deus logo por favor
por algum dinheiro e rápido.
Em festa dentro de um Eu
solitário minha alma cretina 
acredita naquilo que dizem os poetas.

Hospedeiro

Por Toda a Vida
Carrega-se a Morte
Como um parasita.

Depois do último cigarro

Depois do último cigarro
serei menos sentimental
e tão pouco romântico.
Depois do último cigarro
eu paro, serei mais 
solitário e saudável,
depois do último trago eu
estrago quem sou,
serei tão pouco o que 
antes era.
Depois do último cigarro
mais-valia e menos do
que foi para aquilo que
ficou.
O que antes se espera(va)
depois que desejou?

Quasar Quase

Quase sucesso e
um pouco fracassado.
Vencedor quem sabe
e vencido por vezes.
Insisto e perco 
e penso que perder
a insistência é estar
condenado a ser
sempre vencido.
Sou vagalume e
um dia eu brilho.

Grito Mal Dito

Escrevo o grito
e quando escrito
grita o silêncio
o grito em
palavras lidas.
Pois quando ditos
ou mal ditos os
versos estraga-se
a poesia.

Distorção

Querer morrer logo cedo,
antes de dormir.
Querer viver tarde demais,
da noite...acordar na
madrugada e perceber
que você jamais existiu.
Meu espírito um fantasma
vivo, e eu quando carne,
meu quase corpo expira
expresso em miragem de
algum espelho adicto de
distorcidas imagens.