sábado, 2 de março de 2024

Pentagrama

Impossível fazer poesia.

Que fira o brio da
ferida e tire dos seus
olhos o brilho 
psicopata do olhar de
uma fratricida facínora:

              Orgulhosa da vida
              que leva, vida que
              a leva a tirar vidas,

pelo prazer de ferir e
matar.
Ah! Métrica Maldita!
Que minha Poética
Redentora seja tua
última e única saída,
que a partir dela você 
não caiba mais em
nenhum Verso que
queira existir livre
em toda e qualquer 
Poesia que versa sobre
liberdade de escolha da escrita
e de toda prosa poética.

               Tu és da Poesia a mais
               terrível dor crônica:

Tua face
em farsa
           [quase,
um disfarçe
em festa, e
falseia a
beleza das
formas disformes,
           [assimétricas,
assimilando assim
em performance 
           [errática
um perfeccionismo 
cada vez mais
atrofiador de
           [intrínsecas
inspirações proféticas.

E toda profecia deve
ser de cada vez mais
Poesia cada vez mais
livre e torta e fora-da-
lei da cartilha de como
fazer rimas com
quadrados e retângulos
com réguas e estéticas.

Eu entrelaço triângulos. 

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