quinta-feira, 6 de abril de 2017

O mergulho

Abaixo de mim observo o abismo...
daqui, uma queda seria uma forma
letal de mergulho,
-cheguei ao cúmulo do auge,
ao píncaro do meu orgulho humano,
foste um erro, um engano...amar.
Ah! quanta certeza temos instantes
antes de nos enganar.
-O amor, a base de onde hoje eu
irei mergulhar, levarei comigo,
partiremos de uma plataforma
que de alguma forma foste um
tipo de vida em queda livre.
Seria um sopro do vento ou
seria o esboço de algum alento
vindo dos céus? meu corpo
estremeceu.
-É a vinda da morte,
é a morte vindo colher o fruto
que de tão apodrecido se desprendeu.
Os que observam minha tristeza
não compreendem sua filosofia,
pois a vida antes era inanimada,
era eterna até passar a ser vivida,
assim é minha tristeza em sua
morfologia assídua.
Mas há ainda o abismo a sugerir
montanhismo ao avesso e num
tempo mínimo, tão rápido quanto
algo do alto a cair.
-Seria meu corpo, do topo,
capaz de produzir um belo
voo em direção ao solo,
teria o solo capacidade de
o manter intacto em virtude
de um apurado pouso?
Do cume de toda
a minha gloria,
onde toda minha história
se resume, percebo que sou
admirado, não cansa em me
olhar aqui a vastidão de algo
que por muito tempo tem me
aguardado, e isso se abriga
em mim num ato puro de total
ascetismo.
Sem a máscara do meu orgulho
agora vejo,
abaixo de mim me observando o abismo...
-e que cumpra a vida o seu desejo.

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