quinta-feira, 6 de abril de 2017

Tomos de Outono

Descobre que há entrelinhas, um outono
duradouro sugere que há muito por entre
as linhas não lidas do destino.
Os tombos de menino, os tomos e mais
tomos e os livros que o levantam, que o
aspiram à um caminho.

Há tantas rosas
sequiosas por espinhos.
Há de bailar em
metáforas na valsa
da prosa do destino.

O desprezo que sente pelas tardes de sol,
o desejo que o tranca em seu quarto em
temporal. A simpatia pelo verão começa no
crepúsculo. Ama a noite em todas as estações,
mas o outono é quem o reflete e, as folhas
que dos píncaros caem, a terra com ósculos
                                              [às recebem.]


Ao outono os mais
belos versos.
Eu que a ele me somo
e juntos tornamo-nos
companheiros de excessos.

Os dias idos, vividos em furor,
duma verve rubra, libertina, estupor.
Os tempos idos do amor, da vida,
eterna ex namorada que o abandonou,
deixado à minguar pelo o que lhe resta,
a não presença ao receber o título de poeta.

Há tantas rosas
sequiosas por espinhos.
E quando houver de
bailar a metáfora, sugira
um tango à prosa do destino.

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