Penso na miséria da minha
existência e justifico o uso
da minha imagem para
ilustrar embalagens de
desespero industrializado.
Vivemos a esperar por algo:
um telefonema, um e-mail,
mensagens de quem (não) se
importa com a gente, e até
a morte que virá daqui a pouco
ou daqui a décadas.
Eu procuro emprego pelo
dinheiro que preciso e não
pela atividade que por ventura
posso vir a desempenhar.
E quando me ponho a escrever,
coisa que acredito que nasci
para fazer, me vem logo o
desespero de estar perdendo
tempo ao invés de sair e
entregar currículos.
Então escrevo meus poemas
e saio colando-os por onde
pessoas passam e ignoram
a existência de qualquer coisa
que não seja elas mesmas e
suas existências miseráveis.
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