segunda-feira, 4 de agosto de 2025

A quadratura do círculo

Sou de mim um Deus,
sou também ateu,
satanista e o próprio 
Diabo. Sou sobre mim
poesia, sou talvez cada
verso que expressa 
certeza e sou do mesmo 
modo o poeta que
exprime e espreme 
dúvidas em formatos 
de poemas. Sou o meu
fim em meio a cada 
recomeço...
Sou de mim um adeus,
e sou também a teus pés 
quem implora que não vá,
embora haja espaços
distantes entre os passos 
dos teus pés e os vôos 
de minhas asas assombradas
pela má sorte de ainda
não saber voar, é quando 
caio em si...
Eu risco um semicírculo
quadro a quadro enquanto 
a vida assiste a tudo, 
e o design de tudo que existe 
atira-se do mundo das ideias 
e uma vez em solo vai pro
subterrâneo. Eu cavo a minha 
cova, deito em minha tumba e
sou a própria Morte, ainda viva.

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