Verter paixão do meu peito,
nascente dessa intenção de te amar,
e desaguar em ti, em tua alma,
foz de todo esse amor.
Tua boca aveludada, porta voz de
um silêncio de aço, morder-te os
lábios com beijos desesperados...
e como quem se joga de um penhasco,
brincando ser o céu um teto e seu voo
ao solo a queda silenciosa de um
candelabro de quase-cristais
inquebrantáveis.
Dos teus olhos distantes que ainda
não me viram por eu estar assim
tão próximo, ter o teu olhar em mim
que fizesse que ti por mim se
apaixonasse.
Ascender à tua enlevada alma e
entender a beleza negra em tua
pele alva, alvo dos meus olhos que
buscam descobrir querendo jamais
decifrar tal enigma para sempre
serem devorados, e para onde olha
a Esfinge, ser o horizonte contemplado
olhando de encontro tua aura de
sacerdotisa helênica, que em versos
raros só o mais talentoso dos poetas
conseguiria reproduzir tua beleza.
Erradia de ti, agora consumida pelo
fogo de nossa ambiciosa paixão, um
Halo de luz de um céu de um azul
em êxtase, do Sol farol super
entusiasmado por nos ver sob suas
sombras.
Musa que também escreve belos versos e,
se estes versos descrevessem a beleza dela,
produziriam outros versos mais belos ainda:
poesia para pegar com os olhos e ler
cuidadosamente com as mãos, e meu tato
ama poesia e é também um artesão
habilidoso, fazer do meu bem querer por
você obra de arte e deixar todo dia em
exposição em teu corpo, magnífica galeria
de naves nuas que somente ao meu amor
preenchê-la toda cabe...
Fosse incêndio você, eu seria o fogo que arde.
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