domingo, 7 de maio de 2023

Ilogicidade

Fico a esperar um convite da editora,
sabe? Um convite para publicar,
fico quase, sempre a escrever muito,
demais, tanto quanto enquanto o 
quanto o tempo que espero, e antes
de qualquer miragem em meu espelho
poético, eu calibro a minha escrita a
não acreditar em insinuações de
nenhum oásis, em verdade, em nenhum
arquétipo de nenhuma falsa possibilidade.
Eu como poeta acredito sim em meu
amor fati e sei que pode ser possível
um convite para uma carreira maravilhosa
e revolucionária na literatura, ou não,
mas minha pena e sua escrita não podem
jamais acreditar em desilusões.
Desilusão é coisa de poeta.
Coisa de poesia é ilusão, encanto, quimera
e métodos e meios para fazer existir qualquer profusão sutil e gritante que 
sugira sempre, dentro de toda possibilidade
extra humana, revolução.
Coisa de poeta é tristeza, melancolia e as
reminiscências das vicissitudes de uma
perturbada personalidade;
Coisa de poesia é alegria e virtudes de
satisfação por pertencer a si mesma e a
todo mundo fora da realidade, vive na
irrealidade, onde a metafísica mora,
e a poesia faz sua casa lá, como crisálida,
adentra etérea, e quando afora, é toda e
só uma silhueta do fantástico de pesada
densidade. É pluma e chumbo.
É única pluralidade.
Fico a ninar meus versos por madrugadas
inteiras a fio, e o manto do meu alento
os aquece para que esqueçam que lá
fora sempre faz sempre muito frio.
Além dum inverno sempre outonal,
ou o inverso, lá fora nada acontece,
e no ilógico um convite para meus versos
espalharem-se por todo o universo jamais
ocorrerá, sim e talvez:
Tudo é apenas ilusão...

exceto se fosse possível de jamais ser
possível que fosse assim.

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