segunda-feira, 8 de julho de 2019

Geada Negra

Ártico arterial,
glóbulos vermelhos e
brancos neve,
frios e sólidos
e quebradiços
flocos caem em
um intenso inverno
venal.

Cromossomos gelo geram
insumos como húmus férteis
para fazer nascer dentro do
ser a mais fria das almas
gélidas, de genoma frio e
DNA em brio invernal,
eis que surge esse monstro
colossal interno, entidade
fantástica encarnadora
moral de icebergs.

Terrível como quem devora vivo
clãs e mais clãs de
Abomináveis Homens das Neves,
veste-se de Sibéria e congeladas
Estepes, mas seu traje favorito é
seu sobretudo polar com
golas altas de Everest.

Sempre pro topo do grau mais frio,
muito abaixo do zero absoluto
se ergue, surge e se eleva esta
consciência nova por agora
mas tão antiga quanto os
ventos congelantes que
sopravam pela vastidão
de uma Pangéia ainda
completamente intocada e inteira,
uma consciência adormecida que
sua frio diante da possibilidade de
ser finalmente acordada,
então dentro da alma soa o
alarme que avisa que
é chegada a Era de uma profunda
existência interna glacial.

É chegada a hora.

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