segunda-feira, 23 de julho de 2018

Ultima ratio populi

Vimos cegos,
chegamos aqui tateando o
caos, protegidos por uma
democracia suja, de maioria
muda e surda como quem
não quer ouvir, que não ouve
o silêncio do que nada vê.
Partimos de longe,
de uma véspera do passado,
de uma terra saqueada,
de um dia ruim que
comprometeu toda a
vida de amanhã, de um lugar
bonito, porém desgraçado.
Estado de paradoxo,
o direito ao uso da força
defendido pelos fracos,
clamam por armas de fogo
aqueles que tanto já se
queimaram. A influência
da religião sobre a sociedade
hasteando a falsa bandeira
da pífia laicidade.
A política e seus dados viciados,
a corrupção andando a passos
largos rumo a ser constitucionalizada,
os velhos Dráculas de sempre na gestão
do nosso sangue, os mesmos
governando o mesmo povo de sempre,
miserável, ignorante e feliz por ser.
Terra maravilhosa sem beleza alguma,
o belo da natureza já não é mais belo,
já não há mais natureza, é uma pátria
de cegos que acham que a escuridão que
veem esconde alguma nobreza,
não há mais, a beleza vista antes,
hoje é holograma, é torpe miragem.
Alento para quem tanto se engana.
Em terra de uma justiça cega quando
convém, quem tem influência social
é rei, quem tem sobrenome, dinheiro,
fama, bens...
A razão primeira, nossa razão,
deveria ser a de nunca permitir,
mas permitimos e julgamo-nos
patriotas. Não, minha bandeira é
preta e não pertenço a essa pátria
de idiotas. Sou brasileiro sim,
mas não brasileirinho, sou gigante
do tamanho da minha terra continente e
vivo prestes a explodir, um canhão
apontado para o Estado, e podemos
ser milhões de canhões prontos para
a reorganização, a revolução social
que porá fim ao eterno estupefato,
trará o fim para a síndrome de coitados.

Desobedeça a paz que te cega e
abra os olhos e braços para a guerra.

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