segunda-feira, 29 de abril de 2019

Aurora

Manto aveludado negro,
da cor da noite
um canto profetizado
negro, como a morte,
um cântico negro de
versos brilhantes como
estrelas presas no manto de
veludo negro,
como aquela
noite em que
cantaram uníssonos todos,
logo após todos morreram,
e o manto virou sudário,
como a noite negra
cobre-nos, os vivos,
tenda soturna,
túmulo do sol,
lápide do dia.
Todos morreram,
todos, menos o dia.


 

Nenhum comentário: