de sílabas e letras
felizes, em uma estrofe
extremamente feliz, entre
outras estrofes mais animadamentes
felizes ainda, compunham um poema
bonito e feliz.
A poesia percorria faceiramente por
entre aquelas linhas de uma métrica
abolida e por isso felizes,
sempre sorrindo e dançando,
e contagiava com sua alegria todas as
possíveis alegorias que moravam e
viviam dentro da quimera daquele feliz
e satisfeito poema.
Triste o poeta,
triste a pena,
triste o tinteiro...
A realidade fora daquele poema
era terrivelmente feia e triste.
Os pensamentos na cabeça do
poeta viviam em desordem,
seu coração mastigava pedaços
podres de amores antigos,
e sua alma, fantasma de si mesma,
vivia assombrada pela percepção
de parecer obsoleta dentro da
própria existência.
Mas os dedos tortos daquele poeta
escreveram poemas felizes até a morte.
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