abandona, dona esperança,
que nem mesmo se pudesse
ser a última seria para mim
acolhedora. E eu não espero,
nem nunca esperei por
nenhuma
ideia vaga que me acolha.
Eu escolho o céu que me lança
ao abismo, e me aquieto
enquanto penso em minha
queda que apetece a muitos
Cristos moradores de rua,
andarilhos de lua à lua
buscando uma constante
para a existência que seja
outra além do sofrimento de
ser e re-existir todo dia sempre
enquanto o fim é só esperança.
Quando eu morrer no tempo
certo da minha partida,
que a morte não leve em seus
braços alguém que há muito
já estava morto...
Maldita pode ser a vida, como pode?
Pode sim, pois ávida e poderosa é
toda a tirania, e cada alma que
sofre por existir e o porquê não
se sabe, mas sabe-se que esperança
é tortura em cada segundo que
passa a sugerir que a vida é boa.
Se fosse boa não seria, e se mesmo
assim insinuasse ser, seria só
esperança, autêntica assim como
falsa promessa como toda esperança
é.
Depois de tudo e de cada perdida sorte
pelo azar de resistir,
eu sei profundamente que o que
quero da vida só a morte pode me
dar.
E eis me aqui!
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