domingo, 19 de novembro de 2023

Agora distante (todo poeta é tudo)

Deus, o poeta primeiro,
e o Diabo,
um verdadeiro poeta.
Dentro da alma de cada poeta
um universo inteiro em colapso
se renova em cada novo verso.
O colapso se renova de novo
aqui, e no verso próximo o fim,
é apenas o início de tudo:
A sorte de Lázaro;
O destino de Sísifo;
A incumbência de Atlas e,
não por acaso,
A ousadia de Prometeu e
A verve de Cristo.

Todo poeta é nada daquilo
que o resto de tudo
jamais poderá ser.

Todo poeta é tudo!

Cada poeta são todos que
já se foram,
um pouco de cada um
compõe o poeta novo,
de depois do que virá
até o antes de agora,
e ainda assim cada novo
poeta não deixa de ser
absoluto.

Aonde quer que a poesia
possa reverberar,
na cidade e no universo,
do futuro ao passado
presente e do presente
futuro ao agora distante,
presente em cada antes e
depois de qualquer tempo:
cada poeta é único,
e se assemelham todos,
pois todo poeta é tudo.

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