árvore feita de versos,
as flores e frutos eram
enfeites em festa por
estarem ali reunidos,
alegorias felizes que
quanto mais alegres
mais cresciam.
Mas um parasita
chamado Métrica
alimentava-se dessas
flores e frutos,
e portadora de uma
doença crônica chamada
perfeccionismo,
ela sempre matava
apenas por matar toda
flor e fruto sempre que
achava que eles cresciam
demais e destoavam
daquilo que acreditava
estar no tamanho certo
da perfeição imaginada.
Era tamanha a gula da
doença da métrica que
na maioria das vezes a
árvore de versos sempre
morria, e assim na floresta
poesia haviam bilhares
de espaços gigantescos
cheios de árvores mortas,
e a natureza ficava cada
vez mais vazia, e a forma
do nada, o formato do
vazio, era perfeitamente
simétrico, de todos os
lados os diferentes espaços
se refletiam, e tudo parecia
ser sempre a mesma coisa,
e a mesma coisa e uma
coisa só por ali se repetiam.
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