segunda-feira, 9 de maio de 2022

Homilia

Deus dará e não, e que assim não seja
um passo em falso,
pois quem dera andar sobre as águas
que banham o sofrimento
humano...tipo andor...
Toda dor incide um mar...tipo altar...
onde ondas de furor num templo,
um ardor,
um caos hardcore de doídas
toadas indoor, espinhosas,
dolorosas flores púrpuras de
estupor,
das aflições de um cinza
Jardim inside,
insights surgem em latim
enquanto calo sufocando dores
dos outros em mim,
não me importam outras carnes
com cortes que não sangram
em mim,
mas o sangue escorre dos dedos,
do tato...
Vermelhas cores que não tingem
tecidos nobres desconhecem a
filosofia do cetim,
os versos das manchas do sudário
santo só sabe ler a besta Deus pai
e o bicho da seda,
la madrepérola marfim sabe
que dói como todos vós têm
o vermelho do sangue nas mãos.
Eu não matei Jesus e abomino
o uso do crucifixo como símbolo,
insígnia do bem, distintivo como
afirmação de cidadão de bem,
como revólver na cintura,
como domingo na missa
na casa de Deus em minha
voz um amém.
É como prova do crime,
ali à revelia,
meu álibi é não comungar
do mesmo pão de joio desses
que pregam o terror,
esses diabos cristãos,
anfitriões malditos anunciadores
do fim.

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