faz dela um templo,
vive junto aos seus
sonhos e fez deles
santos quando percebeu
ser o sonho o Deus
de todos os medos:
Deus é temor.
Eu temo te amo em sonho;
Eu sonho dizendo agora;
Sonho o amanhã dormindo hoje.
O medo desperta,
lança-me para um cotidiano ou
vórtice:
Eu voz eu calo;
Eu mudo eu grito;
Eu pés eu paro;
Eu estrada eu parto,
subvenciono meu ego subvertendo
a fobia em ilusão de que venço os
medos todos o tempo inteiro,
todo o tempo é mentira
e verdade mesmo é em tempo algum
toda a minha falsa valentia.
Eu danço minha última valsa
todos os dias,
eu canto com os cisnes meu
último canto todas as horas.
Versejo o que sente a vida
e pensa o mundo em minha poesia,
sempre e, em instantes raros,
também agora.
Ser o mais solícito possível
com a minha solitude ardil,
um altar,
um andor,
e à semelhança dela
um ídolo com formas
de um abismo cósmico
pendurado pelo templo,
com a mesma alma e com
o mesmo ardor frio.
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