Percebi pelo sotaque do inaudível
que o silêncio me era familiar.
Meus tímpanos, crédulos do incrível,
fizeram perfeita leitura do timbre e,
para os olhos poderem acreditar,
descreveram do silêncio os detalhes
e pormenores dos traços, dessa forma,
a vista aos poucos, a prazo, convenceu-se
de que realmente percebia a ausência,
e mais tarde, quando ela esse fato olvidar,
poderá recorrer ao estimado ouvido
quando, diante do mesmo caso, perceber
as pálpebras em estranha impaciência,
estará o ambiente em vácuo pelo nada que há.
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