terça-feira, 23 de maio de 2017

Niilismo

Versos feridos, alguns moribundos e
outros tantos a pena que fere,
parindo.
Humores sintéticos, desenvolvidos
para suportar a dureza da vida, do
tédio, a frieza que habita o espírito
poético, a certeza que era dúvida até
se convencer de que é bom acreditar
em algo. Mas o contrário também não
é certo quando o não acreditar é
absoluto, sincero e claro?
Velhos vícios provando o sabor de
novas drogas, a virtude de sempre
buscando como sempre ainda ser
institucionalizada.
Se antes havia alguma fobia,
hoje o medo é saber que antes
(talvez, é claro) havia, mas
somente no futuro é que se
saberá que na verdade nada
havia.
— Haverá! decerto era isso
que o passado dizia.
O que leva essa vida a acreditar
que deve desacreditar de mim é
o mesmo que me leva a percebê-
la simples e transitória, apenas
uma carruagem para um determinado
fim: não acreditamos na profundidade
de cada um.
Alguns preferem Cristo, outros Nietzsche,
muitos nenhum.

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