terça-feira, 22 de novembro de 2016

Incognita

Me isolo de todos e, em minha
solidão, um remorso monstruoso
me constrange. Sinto uma
necessidade de voltar correndo
para o derredor dos outros,
mas não mais é possível
naquele momento. O tempo
que me refiro já é passado
e não possuo poderes para mudar
isso. É sempre o presente que me
destrói, me anula.
A escuridão de minha alma ofusca
a luz grosseira que irradia dos que
me são caros, não consigo nem ao
menos refina-la, a luz.
Quanto ao lume que de mim
também deveria efluir, não há,
inexiste ou se mantém,
por razões que desconheço,
obscuro.

Eis como sou,
eis como vivo!

Minha existência é menor
que o acabrunhamento perpétuo
e imortal da minha alma.

Nunca sou a figura física,
sou sempre o que se isola
dentro dela.

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