sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Romance

Em cada minúsculo fragmento das
minhas falanges, segurando-a em
minhas mãos, sinto-me possuidor
de graças e honrarias.
Sendo meu maior tesouro aquilo
que sinto, penso que o amor
sente-nos, sonda-nos e quer
prender cada um de nós, unidos,
em sua teia sombria e maravilhosa.
E o que eu sinto então?
Tendo-a em meus braços sinto teu
corpo quente ardendo e irradiando
gloria. Seria a mesma gloria causada
pelo mesmo amor que definitivamente
sinto?

Vivemos a morrer de amor,
tu, pela febre da paixão,
em meus desgraçados braços,
por minhas mãos, morreu
olhando-me a alma.
Eu, dilacerei meu peito com
o punhal de Romeu e, fitando-
te o rosto de uma beleza viva,
morri também.

Viemos a morrer de amor,
você pela excitação da minha
covardia e loucura, e pela
minha negativa em deixar-te
ir, e eu, pela falta que você
me faria. E por tudo aquilo
que foste tu responsável em
me fazer sentir.

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