a culpa não é minha,
enquanto da minha
poesia é minha culpa
ser um Deus.
A culpa por estar vivo é daquele
que vive, e que sorte eu tenho se
ao me sentir sempre morto,
me absolvo de ser considerado
culpado pela minha frágil e quase
etérea existência.
Se poesia fosse ciência
eu seria um jardineiro,
e se para ser cientista
eu precisasse de muito,
eu tocaria piano...
Então desse modo minha poesia
é música para flores e arbustos,
minha poesia é para todos os
insetos um tipo de comunicação
universal.
E as abelhas alquimistas
fazedoras de mel,
as abelhas que protegem
com a vida a Pedra Filosofal,
ao romperem o abdômen
ao deixarem seu ferrão na
derme, impedem sempre que
se revele o lugar onde se
esconde também o Santo Graal.
Da insistência de Deus em
exercer poder sobre nós a
culpa é toda nossa.
A culpa é da fé, da esperança...
a mais hábil e vil forma
de comunicação universal
entre Deuses e Homens.
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