domingo, 14 de julho de 2024

estes versos Eles

O livro dizia, começando pela capa,
de que se tratava de taxidermia de
tardígrados que sofriam à tardinha 
de taquicardia, e por ser um livro de
poesia tudo faz sentido uma vez que
a inspiração é absurdamente 
verdadeira, e corria com tranquilidade 
como do mesmo modo não 
seria absoluta se não fosse rebeldia, 
e seria também absolutista se fossem
os poemas todos metrificados à risca
como diz a cartilha. Porém, graças ao
poeta era puramente poesia de
i n s p i r a ç ã o      l i v r e.

Maldita minha sorte,
o azar de poder ser
um Deus e jamais ser.

Fracasso da minha parte,
o poder de ser um Poeta e 
ter de viver a fazer versos
de azar. Versos que são 
um fardo para a poesia 
que tende sempre a negá-
los e renegá-los do mesmo
modo que fazem com a
métrica estes versos Eles.

Maldita minha técnica, mal vista,
mal dita por aí e mal quista também 
pelos mesmos detratores ultra super
admiradores de rimas e estrofes
metrificadas, e agredida também por
conservadores poetas, patéticos,
seguidores das mesmas ruínas desse
ritmo poético. 

Mas aguerrida é minha poesia, 
e como tardígrados meus versos 
resistentes de sobremaneira sobrevivem,
por enquanto sempre,
pois minha poesia é meu coração e este
bate em arritmia, 
assim corre livre com tranquilidade a
verve por entre minha veia poética. 

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