sábado, 8 de janeiro de 2022

Jazzem

Instrumentos de sopro no
vácuo,
sem fôlego todos sucumbem
silenciosos intactos.
Os de corda, sem cordas e
acordes, enforcam-se
desafinados harmoniosamente
e fazem música da morte na
morte, a sorte da vida a voz
das melodias todas não temem,
não pedem socorro e
jazzem tristes como blues,
heróicas e estoicas como o
punk rock faz por ele mesmo
acontecer.
Os metais todos, calados pensam
pesados, pesarosos e surdos pelo
heavy metal que soa, ecoa, ressoa
pelas distopias reais imaginadas
por músicos e poetas e orquestras,
orquestram e arquitetam planos
para cada amanhã novo,
novas e supernovas utopias,
outras vias para viéses existenciais
devoradores de lógicas e ideologias
e cosmos e caos.

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