O Mal já amou uma vez.
O amor é acessível a todos,
mas poucos sabem das coisas,
e todos sabem que o Mal é sábio.
O Mal já andou apaixonado,
o Mal já se fez namorado e
cortejou por longa data o Bem.
O Bem desconhecia o
amor, o Bem pouco sabe da vida.
Sempre foi mais intuitivo do que
sábio, mas o Mal o amou e o
Bem conheceu o amor.
Dissera mais tarde que pressentiu
a paixão, como o frio que receia e
aguarda o calor, porém paixão
não é amor, paixão queima,
o amor aquece, a paixão é fugaz,
o amor diz-se que pode ser eterno,
por isso muitos afirmam que o Mal
ainda anda apaixonado.
O Bem se deixou devorar pela paixão
e entregou-se ao Mal, devorou junto
ao Mal a porção de amor que o
susteve e como quem avisa com um
sorriso que vai embora e não com
um adeus, o Bem abandonou o Mal.
O Mal entregou-se ao obscuro,
viveu da escuridão do coração
abandonado, andou só por entre
os malditos e se assemelhou àqueles
que sabem do ódio.
Àqueles que já amaram uma vez.
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