sexta-feira, 1 de abril de 2016

Solitude

Só, tu, solidão,
por que te aflige a multidão?
São todos seres sozinhos
amontoados uns sobre os
outros, uns carregando nos
ombros o peso da medíocre
existência de outros e tantos
mesmos dão de ombro para
a singular presença de
cada um.

Só tu, solidão, que não
consegue perceber,
eles não precisam de você,
são monstros que temem
a própria essência e por
isso fogem de estar só,
apenas entre outros monstros
semelhantes é que conseguem
dissimular, fugir daquilo que
são e, quando agrupados,
simulam o que não são
para depois acreditar em
si mesmos. Ilusão!

Não passam de inventores
falsos que podem,
nesta vida estúpida,
serem tudo,
menos a falsa invenção.

Viu só, solidão,
não te aflijas,
pior que tua companhia
é não poder,
quando preciso,
lhe acompanhar.

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