Era noite. A escuridão aludia
a um frio que quase não
existia, mas estava lá, em sua
alma, cortante como a lâmina
da foice da morte que ceifa
as vidas que para ela nunca são
o bastante, nunca a acalmam.
Era outono. Ou sempre fora,
nunca conseguira existir em
outra estação, mas no outono
sempre conseguia supor e imaginar
que talvez nele pudesse realmente
habitar, sua existência sempre
foi suposição.
Era poeta. Desses libertinos
audazes que desenham versos
sem métrica, por mais talento
que tivesse nunca obtivera
sucesso e sua poesia só era lida
pelo desprezo que para com ele
tinha profunda empatia e apreço,
ou tivera. Sua pena desdenhava
das palavras dos detratores,
desenhava poemas cada vez mais
enraizados naquilo que desagradava
seus algozes e censores. Dentro do
caldeirão desses senhores, onde
ferve a sopa de mil sabores,
ela buscava o caldo que alimentava
sua verve para nutri-la com o
mesmo veneno e assim torna-la
imune aos alheios desesperos e
dissabores. Era uma pena digna de
ser empunhada pelo mais nobre poeta,
mas sobre nobres poetas só há rumores.
Esta pertencia ao poeta da triste figura,
um ser inquieto, quase fantástico,
dono de um lirismo que satura,
ora abstrato ora profético, reflexo
soturno da sua alma impura,
maculada pelo destino num
traiçoeiro amplexo de vil ternura.
Era um pacto. O poeta empenhorara
sua alma ao destino em troca de
inesgotável inspiração, quando lhe
cansasse a fonte das idéias o poeta
resgatava sua alma e dedicaria
todos os versos escritos nesse período
ao destino com respeito e admiração.
Mas não sabia o poeta que a verdadeira
inspiração vem justamente da alma e a
válvula que regula o fluxo é o
conselheiro coração. Desde então
enlouquecera por não conseguir dar
vazão as idéias que pululam sua mente,
por não conseguir transformar em poemas
tantos pensamentos que surgem
incessantemente. A sua infinita inspiração
o transformou em um morto vivo,
em um poeta sem alma enganado pelo
destino por ser ingênuo em sua ambição.
a um frio que quase não
existia, mas estava lá, em sua
alma, cortante como a lâmina
da foice da morte que ceifa
as vidas que para ela nunca são
o bastante, nunca a acalmam.
Era outono. Ou sempre fora,
nunca conseguira existir em
outra estação, mas no outono
sempre conseguia supor e imaginar
que talvez nele pudesse realmente
habitar, sua existência sempre
foi suposição.
Era poeta. Desses libertinos
audazes que desenham versos
sem métrica, por mais talento
que tivesse nunca obtivera
sucesso e sua poesia só era lida
pelo desprezo que para com ele
tinha profunda empatia e apreço,
ou tivera. Sua pena desdenhava
das palavras dos detratores,
desenhava poemas cada vez mais
enraizados naquilo que desagradava
seus algozes e censores. Dentro do
caldeirão desses senhores, onde
ferve a sopa de mil sabores,
ela buscava o caldo que alimentava
sua verve para nutri-la com o
mesmo veneno e assim torna-la
imune aos alheios desesperos e
dissabores. Era uma pena digna de
ser empunhada pelo mais nobre poeta,
mas sobre nobres poetas só há rumores.
Esta pertencia ao poeta da triste figura,
um ser inquieto, quase fantástico,
dono de um lirismo que satura,
ora abstrato ora profético, reflexo
soturno da sua alma impura,
maculada pelo destino num
traiçoeiro amplexo de vil ternura.
Era um pacto. O poeta empenhorara
sua alma ao destino em troca de
inesgotável inspiração, quando lhe
cansasse a fonte das idéias o poeta
resgatava sua alma e dedicaria
todos os versos escritos nesse período
ao destino com respeito e admiração.
Mas não sabia o poeta que a verdadeira
inspiração vem justamente da alma e a
válvula que regula o fluxo é o
conselheiro coração. Desde então
enlouquecera por não conseguir dar
vazão as idéias que pululam sua mente,
por não conseguir transformar em poemas
tantos pensamentos que surgem
incessantemente. A sua infinita inspiração
o transformou em um morto vivo,
em um poeta sem alma enganado pelo
destino por ser ingênuo em sua ambição.
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