Escrevo em círculos uma poesia
que almeja libertar-se, seguir em
frente e ser independente do seu
poeta, do mesmo modo como o
poeta a livrou do cabresto da mé-
trica, Ela deseja livrar-se dele:
a tinta livrar-se do tinteiro;
o tinteiro livrar-se da pena;
a pena livrar-se dos dedos tortos
do poeta, e os dedos desejam
veem-se livres da escrita, a escri-
ta, como toda escrita deveria ser,
deseja ardentemente ser indepen-
dente, porém, essa escrita agora
quer ver-se livre da poesia, e minha
poesia há muito já me dá de ombros
e sussurra consigo querer também
ver-me pelas costas...mas eu sempre
vivi e morro por Ela.
Que leitor meu morreria comigo?
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