terça-feira, 2 de setembro de 2025

Discordante Conserto das Coisas

Mato-me...
Escrevo em círculos uma poesia 
que almeja libertar-se, seguir em
frente e ser independente do seu
poeta, do mesmo modo como o 
poeta a livrou do cabresto da mé-
trica, Ela deseja livrar-se dele:
a tinta livrar-se do tinteiro;
o tinteiro livrar-se da pena;
a pena livrar-se dos dedos tortos
do poeta, e os dedos desejam
veem-se livres da escrita, a escri-
ta, como toda escrita deveria ser,
deseja ardentemente ser indepen-
dente, porém, essa escrita agora
quer ver-se livre da poesia, e minha
poesia há muito já me dá de ombros 
e sussurra consigo querer também 
ver-me pelas costas...mas eu sempre 
vivi e morro por Ela.
Que leitor meu morreria comigo?

Nenhum comentário: