cantados por voz alguma,
tampouco por olhos alheios
alhures, nem mesmo o
silêncio pôs-se a observar
com o seu olhar inquieto
estes versos que jazem vivos,
perplexos e intocados,
e como ultimamente tenho
me pôsto a escrever pouco,
os poucos versos que deita
minha pena nas folhas de
papel do meu bloco de
notas companheiro, têm
exatamente as mesmas cores
do papel de parede dos
desesperados pensamentos
meus, violentos muitas vezes,
aliás, violência é tudo o que
tenho sentido, sofrido...pois
escrevo violentamente, e sofro...
sofro pelos versos que desdenham...
é que desdém é só o que eles sabem
sobre, ou é só o que sabem sobre eles...
a única paz que vemos é a que não
possuímos: poeta, pena e poesia...
e de repente nada acontece de novo,
de novo...e como!
Repetidamente o mesmo 'nada de novo'
se sucede ininterruptamente,
o que faço é o que me fez sempre,
ponho-me a escrever versos...
"a glória vai no rastro daqueles a
quem ela é indigna de guiar".
A vontade foi em toda a guerra,
de paz, a vontade foi em toda
a vida, da morte, a vontade foi
em toda poesia, destes versos meus.