Ainda estou esperando a minha
grande década, e os dias que
demoram a vir, seguram consigo
semanas, meses e anos de glória.
Desejo
acolho
concedo...e eu não me adapto ao
o que eu não quero,
eu sofro e repilo,
não sou dócil nem dúctil,
jamais serei o mesmo independente
mente da situação, e se a vida ainda me é
amarga que ela não espere doçura
da minha parte.
Ser forte não é ser invencível, e toda
vontade requer força,
mas até quando deveremos ser forte
se essa força de vontade não nos
tornará imortais?
Muito pelo contrário, de qualquer
modo nos encaminhamos para a
morte e isso sim pode ser inspirador.
A vida é resiliente, pois é a morte quem
lhe permite ser, percebe?
Eu não prefiro a morte e não me apego
a vida, eu prefiro a Arte e presumo meu
amor fati ser a poesia.
A morte de um poeta é o que há de mais
triste para a humanidade, e é talvez a
maior felicidade que possa brotar dessa
Terra para os deuses,
eu pouco me importo com ambos.
O céu é queda para os deuses, e elevação
para os Homens, eu sou só poeta,
nem homem e tampouco deus,
e por isso habito o subsolo.
Quando o mundo não mais acabar,
quando não houver mais morte pela
última vida perdida, então nesse dia
eu hei de brotar com minha poesia
como uma forma nova de existência.