segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Raso em profusão

A noite, a chuva, a lua, o nada,
o todo, em mim tudo isso
é apologia poética (aluda),
minha apologética para a
existência cretina para eu
fazer poesia.
Eu observo e observando
versejo o ensejo do universo,
dentro do léxico poético,
compondo-o estão os astros
e estrelas entre metáforas e
versos e sofismas, silogismos
e rimas negras, axiomas que
se somam a tudo isso para
derrubar qualquer postura
liberticida do cosmos.
Uma canção do Ramones,
um sonho que'u tive,
uma fração de novos sabores
ainda que oníricos, vale muito
dentro desse quadrado
cotidiano de mármore,
um espetáculo é a vida se
a mesma não for drama,
nesta vida,
minha existência,
leitmotiv Ramones, Beethoven.,
e dramas e dramas e alguma
poesia pouca.

Há os que suspiram
e há os que gritam e
isso não é só ideologia,
é apetite se for fome
é deus se for heresia;
é castigo se for dom
o privilégio de ser
Homem, de ser um
descendente Sapiens
da espécie, temente a
deus e a pecados,
é carbono deteriorado,
é barro, são células
em surto catequizadas
por um vírus
ideológico porém
muito aporético
fundamentalmente.

Pulsa dúvida toda a certeza vigente,
por dentro há vida de verdade o que
por fora aparenta?

Do ódio o ópio
do amor a dor
da tristeza a beleza
da felicidade o estupor
do sorriso o riso
do choro o sal
do Homem a guerra,
deus, religião,
do homem o caos,
Deus, religião,
embrutecimento
moral do indivíduo
em prol da multidão.

Da multidão Eu.

Da vida o ópio,
a dor, a beleza,
o estupor, o riso,
o sal, a guerra,
Deus, religião,
caos.

Do caos Eu
raso em profusão.

A amorosidade da vida em conflito com
a morosidade do destino em cumprir sua
profecia, vivo estou e isso nunca bastará.
Bastaria se o contrario fosse verdade, se
não houvesse vida é certo que nada seria
tão ruim como o quanto ruim é estar vivo
e...nada, apenas a reticente eloquência do
cosmos a aviltar,
a vociferar do infinito um grito ontológico,
BUSQUE!!! ainda que seja o nada.

Meu eu
lírico, poético,
cínico, crítico, clínico, patético,
meu eu objeto-ego é o nada
objetivado pelo universo,
enfadonho fardo carregar por onde
pisa esse brado no ouvido,
outros acham isso,
meu eu empírico acha uma
delícia.



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