no fatalismo, na ansiedade
e na poesia.
A existência de Deus ou não
não faz a menor diferença,
eu não acredito na crença...
Duvido de toda certeza e
acredito nas dúvidas,
credito nas dúvidas a razão
de ser nula toda certeza,
a razão de ser nula qualquer
esperança, a razão de ser tola
toda fé, inclusive a minha...
Eu jamais poderei ser o que
não sou, ainda qu'eu tente,
e se sou poeta, isso sou poeta,
é porque a poesia é minha
alma a me opor a toda pobreza
de espírito da humanidade que
rasteja à sombra de Deuses e
Diabos, que rastreia adeuses e
ditados, pouco importa a origem
e o destino final, eu vou pela
glória do ínterim, das lacunas,
do meio e não dos fins, meu
tempo efêmero é externo, em
meu âmago a eternidade é só
mais um calendário velho,
pendurado na parede da memória
da minha psiquê primitiva.
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