quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Traço Estranho

Por onde escrevo entoo versos
sempre bem ditos e se minha
pena é maldita a culpa é dos
meus dedos tortos e retorcidos,
gastos no ofício diário de se
fazer poesia por onde insiste
os meus passos:

Por onde passo ressoo
Por onde soo repasso
Aonde caibo destoo
Destrono o sonho distópico.

Passado à toa o presente
o futuro é sempre utópico,
e o pensamento preso num
tempo nem sempre tão próximo.

É nostalgia que sinto se a
gloria de novo for póstuma:

Renasço aço de novo de novo
inoxidável como um Deus poderoso
mas sem viver a admirar o próprio
retrato:
              a face de Deus é ridícula
              e o meu rosto é belo,
              Ele me fez preto ou pardo,
              traço estranho e sem nexo
              e tampouco há salvo engano,
              pois se diz ser um Deus
              branco com o cabelo amarelo?

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