quinta-feira, 10 de março de 2022

Falso Azul

Fluência em não ser,
e não é, e por não ser
se faz influente na
ciência do nada ser.
Redunda sobre si
como redoma de 
gases sobre o sol,
sobre ser o que é
sob a estética de uma
ótica oculta de que
nunca será...
Nada é, como bactéria
numa gota achando
ser muito em
um imenso mar,
não é, com o não a
afirmação do nunca,
do nunca ser aquilo que
criminosamente pensa
que é.

Doentia a felicidade do
teu sorriso encanta tanto
tantos, como todos os
demônios,
teus dentes brancos
falsos como as palavras
da tua boca vermelho
veneno deboche,
traz ainda a língua
agridoce, bifurcada,
envernizada pela saliva
tóxica que hidrata os
beijos que cospe para
teus fãs, partidários da
mesma patologia da
psique da tua alma podre.
O brilho dos teus olhos
claros revela a escuridão
que traz a luz torpe
que irradia de ti,
teu corpo perfeito que
cabe perfeitamente no
molde da padronização
das coisas, dos corpos,
das auras e das crenças.
Tu és celeste e divina és
tu, criatura dos céus,
do céu de onde há de vir
o devir, vir a ser a queda
da divinizaçao da tua
imagem e semelhança.
Que caia do teu céu o
falso azul.

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