terça-feira, 5 de outubro de 2021

Paroxismo

Viva morrer de
delirium tremens
ou com e de
demência,
assim como a
arte abusa de mim,
eu abuso do uso ou
do querer o abuso
do uso de álcool e
de drogas, do uso
do cosmos e de um
paradoxo pós pró
paracosmo em mim,
pois a realidade não
mais foge, não deve
mais haver fuga 
em mim. 
Quanto ao abuso,
talvez já há muito...
ou quem sabe no
futuro, porém hoje
não, hoje eu já morri,
como já quis morrer
antes, como antes
também eu já existi.
Vivo a vida que
vive a morrer 
em mim,
mas morre a morte
de vida ávida e aguda
sempre que o abuso
volta a ter poderes
sobre mim,
sabe, o abuso,
o uso em que
experimento-me e
que me experimenta
o fim?


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