domingo, 24 de setembro de 2017

Doze Versos

Lord Byron é só mais um
cigarro no cinzeiro num dia
cinza, quase frio.
Rimbaud é um cuspe curto
que cuspo por desprezo ao
mesmo dia.

Em meu copo eu bebo e muito,
muito de Álvares de Azevedo,
tomo porres e mais porres entre
tantos facínoras na escura taverna.

Saio de lá Augusto de mim,
e dos Anjos até o fim do dia.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Anarcoreta

Alcova sombria, obscura e sóbria,
me guarda como a caverna guarda
o estoico asceta, exótico druida.
Alcova soturna, (in)quieta,
de atividade noturna e de dia
apenas leito, cova. Morada tétrica
de regime absolutista, porem de
absoluta liberdade poética, absurda
anomia. Eu que admiro mendigos,
onde muitos não vejo como vencidos,
mas percebo-os livres, eu que busco
minha caverna, que fujo para não
fingir, que meu asco é maior por
aqueles que dissimulam.
Buscar servir de exemplo para os que
não se veem refletidos em ninguém,
e que não buscam reflexos e tão
pouco refletir-se também.
Prepondera e sempre há de nunca
faltar, desassossego e apego ao
desassossego que há. Predomina
agora e certamente um dia ainda
preponderará.


segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Mesmo eu sendo *..eu

Aonde tudo cabe,
                      sabe,
minha vibe é diferente.
O esboço da beleza do
                                meu
espírito em iluminuras.
a l i t ú r g i c a  l u x u r i a 

Minha alma é vitral!

Poderão ser escritos de
                                 deus,
se nisso você acreditar.

Mesmo eu sendo ateu,
e se fosse, sei lá?