quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Poeta astro

Em si mesmo,
em si a esmo.
Em silêncio,
em sina.

Olhos para as estrelas,
enquanto o universo
cabisbaixo me olha
devolvendo minhas
tristezas.

O corpo é só um suporte
para a cabeça, saúde é
poder segurar entre meus
dedos tortos minha pena e
da cabeça mágica, sem cartola,
sacar fora os poemas.
Versos estapafúrdios agora,
daqui para muito em breve
continuarão os mesmos,
porém, terão os olhos
daqueles que os ignoram.

Versos em aço,
em fogo,
aveludados.
Versos destemidos,
livres, fragilizados.

Assimétricos, alinhados
ao paradoxo, são assim,
desse modo, mais que
antropofágicos,
se alimentam da própria
verve, escarlate como o
sangue que na carne viva
deles mergulha a pena
para fazer da velha senhora
poesia, Vênus.

Ensimesmo,
em si esmo,
o silêncio,
ensina.


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