segunda-feira, 29 de julho de 2013

Itinerário

Perdido ante minha busca, parto.
Meu coração pesa em meu peito,
uma bússola fardo sem norte, um
poema sem bardo que o adote,
meu guia.

Doces ninfas virgens me esperam
em Arcádia, mas não vou para lá.
Fica ao norte longe onde meu coração
não é capaz de me guiar.

Pensei em Pasárgada, com suas lindas
prostitutas e nas historias da mãe-d'água
que meu sono poderiam embalar. Mas é
absoluto em afirmar, meu coração, que
pra'queles lados não saberá me guiar.

Há ainda a bela ilha de Pala,
se navegasse meu coração,
ainda assim haveria no timão
um canalha, me levaria para longe,
distante de qualquer praia.

Sinto que o peito bate surdo,
pulsa estampidos em pesadelos no
absurdo. Eu, absorto, ante onde
me encontro já sinto a desolação,
meu coração nos trouxe à Macondo,
terra dos dissabores dos amores
da decrépita solidão.

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