trago comigo meu amigo, meu açoite.
meu amuleto, um gato
preto da sorte que me leva pra morte à meia-noite.
trago para mim meu trunfo,
meu magro corpo exposto as verdades da loucura.
as estátuas bailarinas me
veneram, me vendem suas juras,
me dão um beijo agridoce, o calor do mármore, no
abraçar do cimento.
fujo e me escondo em hediondos aposentos,
tumbas florais,
na vida o caos, na morte a paz.
apresento-me então nas águas a narciso,
ele
foge do reflexo e, eu indeciso, não sei se fujo com ele ou se beijo o perigo.
discuto com o eco e em cavernas externas apresento-me escondido.
acendo uma
vela e nela plugo a minha caixa magica, pego um cigarro,
fumo o meu fosforo e
degusto a fumaça,
faço um esboço de toda a minha desgraça e
declamo um poema de
augusto aos dilemas do homem:
amor, dor, morte.
a novena que segue é eterna, é
a mesma que age cega na cronologia dos vermes.
penso calmo e me entendo, pois
enforquei meus sentimentos,
matei todos os meus princípios bonitos,
acabei com
a alegria presente em tudo que faz sentido,
minha opinião joguei no lixo, busco
na tv cultura e nessa cultura auxilio a ignorância,
me enforco em cabos
elétricos,
me mato, me autodestruo, me sinto satisfatoriamente esperto.
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