O cinzeiro cheio, o criado mudo, sujo. calado.
o cigarro queima nos dedos da personagem,
os mesmos que escrevem esses versos a sua imagem
de poeta mudo, sujo. calado.
O mundo talvez seja o que não sentimos,
talvez sejamos no mundo o que pensamos,
e pensamos sobre o que sentimos em vida,
somos vida, outros são mundo.
Sou a disciplina da minha escrita
não tenho regras, não tenho rimas.
Não nascem rosas no asfalto, o jardim
é um limitado espaço, não segue longe
ao horizonte, não voa alto.
O cinzeiro cheio de um mundo triste
que não sente, mundo de personagens
que pensam em vida à vida, sobre em
que vida queriam ser melhores versos,
ora mudos, mas quase sempre calados.
Somos omissos. Pensamentos que sentimos
são palavras que velamos, noites temperadas
com lua e vinho, na busca por tentar dizer,
expressar-me, escrevi, me contive aqui. sozinho...
Talvez dor seja isso.