Definitivamente
agora não é uma
hora boa para se
ter um dia ruim,
nem agora,
como outrora,
nem daqui pro
que virá,
pois quando chegar
a minha última hora,
eu quero é estar
vivo para morrer.
Ouço o silêncio e
observo o obscuro,
sinto a sensaboria
da desventura sentimental
dos sentidos todos em
fumaças de cores mortas
em pudores de viva
psicodelia.
Ouso a observar meus
olhos lendo o silêncio
no obscuro da minha alma,
vendo a escuridão das forças
do mundo,
em meu peito
iluminam-se os
meus pensamentos
e eu com afinco
neles adentro a fundo.
Qual é o contrário
de tempo,
do tempo este e
deste tempo indo,
vá, pôr do sol,
e nos responda
enquanto noite
por entre os sonhos
do sol dormindo,
qual é o contrário
de tempo?
Ainda há um
espaço em branco
sob a brasa
sobre a mesa
um cigarro
aceso entre
os dedos
em branco em
brasas
queimando lentamente
num cinzeiro:
-Um filtro vermelho.
A realidade encena
fantasia e a fantasia
aguça os ensejos
teatrais da realidade,
mas a quimera sepulta
os desejos reais e
eu desisto da cena
quando entra em
pauta a minha vez.
Vivo entre atos,
entediado sempre
entre diabos e
disponível como nunca
para um próximo
talvez.
"Muitos golpes de sorte e muitas coisas incalculáveis são necessários para que um homem superior, em que dorme a solução de um, problema, chegue ainda a tempo para agir "à explosão" , como se poderia dizer. De maneira geral, isso não acontece, e em todos os recantos da terra há os que esperam, que mal sabem em que medida esperam, mas menos ainda sabem que esperam em vão. Acontece, também, chegar tarde demais o toque de alvorada, aquele que dá a "licença" para agir. Acontece quando a melhor juventude e força de agir estão gasta pelo estar-se sentado. Quantos não descobriram com espanto, ao levantarem-se "sobressaltados" ,que tinham os membros dormentes e o espírito estava já pesado demais! 'É tarde demais" , disseram, tornados descrentes de si mesmos e, agora, inúteis para sempre."
DOU UM PALPITE E REPITO O QUE NÃO DISSE, NÃO PROCURO AUXILIAR E NEM COM ISSO TENTO DIZER ALGO, ACHO QUE O QUE NOS AJUDA AGORA PODE UM DIA NOS DESTRUIR. ENTÃO O PALPITE, MEU PALPITE, É UM GRITO NO ESCURO, EMOCIONADO, SEM VOZ E SEM OUVIDO, NO MEIO DO NADA, NO MEIO DA POESIA ABSOLUTAMENTE CONTESTADA PELOS IDIOTAS E, ANISTIADA POR MIM, O AUTOR, O POETA, O CARA QUE SANGROU.