quarta-feira, 29 de maio de 2024

Apologia Poética

Viva morte...morre a vida:
- A vida - ávida, aguerrida, 
mas frágil e dolorida. Difícil...

Jamais faz-se facílimo o viver,
assim em desfaçatez 
a morte faz-se forte no azar
da vida, da vida ida e das que
chegam já sabendo que serão 
à morte submetidas. E jazem
em erro pelo medo que 
desenvolvem em ter de viver
em chegada já sabendo da
partida, porém, esquecem que
o tempo certo do fim, nem 
mesmo a morte se faz sabida.

Novos sonhos podem sempre
botar tudo a perder,
é aí que então velhos vícios nos
salvam de novo e de novo outra
vez até que essa resiliência toda
se torne a causa principal de todo
o seu perecer, digo, de todo
o seu parecer
sobre o decorrer dessa vida toda.

E essa vida toda, cadê toda essa
vida toda, cadê a paleta perdida, 
aquela com a qual um Deus Diabo
sombreou essa existência insensível 
à plásticas artes, e por ser imune a
placebos requer sempre que se recorra
às drogas cada vez mais pensadas atrás de
felicidades e alegrias. Mas não...
Não se pinta colorida a vida, cores
de alegria não há, e se pensa que
se faz de vítima, se desfaz,
se disfarça de cinza e resiste, re-
existe sendo minha forma de
vida favorita uma forma de vida
noir de ser...e ai de quem dizer
que assim não pode ser:
-Eu vivo o eu vivo, mas também 
admito por madrugadas inteiras
o meu morrer...
e morro, e tenho de morrer de novo
algumas vezes mais para poder
renascer, como fênix,  como câncer...
como formato que já me cansei de ser.

Quando o horizonte voltar a ser admirável 
e se ele me olhar e quando também me
perceber, que eu também possa ser admirado,
e seremos os dois o observador, por que não?

Quando o céu cair em si e inverter sua
posição com o mar, eu em terra firme
ficarei a admirar baleias azuis por sobre
mim e então quando me cansar mergulharei
para chegar até o céu profundo e assumir
para sempre a minha desaparição. 

E se um dia esquecerem de mim,
que este dia seja lembrado como
o mais feliz, desejo um fim absoluto
e não quero habitar a memória do
mundo uma vez que este mundo
jamais foste bom abrigo para mim,
foste antes um bunker, mas eu jamais
precisei me esconder e tampouco 
sempre quis desse mundo fugir:
Ah! eu só queria viver, viver sem
medo da morte e também sem
temer a vida. 

Viver de poesia como um aclamado
poeta sempre imaginou...

Eu quis viver de poesia, e a poesia
que não me quis,
preferiu morrer pela verve dos versos 
da minha pena:

Assassinei sem querer a minha Musa!

          todavia, minha vontade como poeta
          agora é então morrer de poesia, e a
          morte prosaica,
          morte morrida,
          não me basta,
          ou uma eutanásia,
          assim como um
          Haicai...
          também não me cabe.

Quero uma morte heróica,
morte matada, romântica e
ultra. E se assaz poético é o
suicídio, então me mato.

Morro de poesia pelas mãos de
um poeta que tanto quis escrever 
para viver e que no fim enfim
escreveu sua própria tragédia,

porém, feliz em decidir morrer.



sexta-feira, 24 de maio de 2024

Subterrâneo do Céu

Sou Deus e Animal,
sou Chuva e sou Solo,
sou Chão e Subsolo,
sou Céu e o Espaço 
S  I  D  E  R  A  L.

O infinito do Cosmos é
o Subterrâneo do Céu 
que enxergamos, 
e eu queria tanto
ser um Cometa Toupeira, 
uma Nariz de Estrela 
a desbravar o Submundo 
com toda Conquista que
eu posso, e todo talento 
que possuo seria para
quem me observasse 
fecundas possibilidades
de propostas para um novo
Todo.

Para fatigadas  retinas um
Psicodélico Caleidoscópio. 

quarta-feira, 22 de maio de 2024

Da febre, Alta!

Estou inclinado a
acreditar que sou
Deus e Poeta Maior
à quarenta vírgula 
nove graus.

terça-feira, 21 de maio de 2024

Retorcida Ação

Me deixe quieto com minha 
quietude calar,
pois fala ao meu coração 
o mundo das coisas inanimadas
que minh'alma faz parte das
pautas discutidas por estes,
me fala que minha vida é uma
esquecida forma de existir,
e que tudo pode ficar bem um
dia se nesse dia eu precisar,
porém, demora mais se este dia
foste ontem.
Lembro que um dia antes eu pensei:
          que não me falte versos
          novos para velhos pensamentos 
          e que um novo pensar
          reflita sempre sobre
          velha poesia.
Quem sou eu e como posso ser,
e quando passo por entre outros,
como posso por entre eles não 
me perder se não sei quem sou?

Quem sou este...eu,
se também posso ser outros?

Se eu fosse um abismo eu seria 
menos abstrato, e quem sabe como
desfiladeiro abissal eu não fosse
tão parecido com o desespero do
céu em tela água e olhos em
retratos que choram.

sábado, 18 de maio de 2024

Poema para Hunter S. Thompson

Poesia meu amor,
quando serei amado?
Faço versos a ti e
sofro por saber que
se já não sou tão 
único, tampouco 
serei o primeiro 
poeta a ser desprezado. 

E se não sou o primeiro 
também não quero ser
só mais um por você 
                    [enamorado.
Abandono meu posto de poeta,
e irei sofrer por aí com o desprezo 
e o pouco de desespero que ainda
                                           [me restam.

À sombra do Ego

Escuridão 
sobre pálpebras e
sob pálpebras, 
o que assombra 
mais?

A falta de luz quando fecha os olhos
talvez não seja a impossibilidade da
íris receber o brilho das luzes do mundo,
talvez seja as trevas do teu âmago amargo
olhando para você quando você está de
olhos fechados. 

A sombra do
t'eu íntimo
assoma
sobre você. 


quarta-feira, 8 de maio de 2024

Inacessível

Anti-horário 
uma constante 
que antecede
minha ausência 
se repetindo 
ininterruptamente 
ante instantes
antes do antes...
ou o contrário. 

segunda-feira, 6 de maio de 2024

Dinossauría

Há milhões de anos, lá,
a milhões de anos traz-
nos o tempo para o dia
de hoje. E a partir de 
um passado recente, 
desde ontem, amanhã 
também tudo de novo:
          Um déjà vu
          de já hoje.

domingo, 5 de maio de 2024

Legítima Defesa

Armas de fogo
que      matam
para defender
a vida, assim a
esperança se
faz e mostra-
se como  um
t r a m p o l i m
sobre o abismo,
eu...atiro-me.

sábado, 4 de maio de 2024

Disaster Disorder

Desde o início de tudo:
do passado mais primal
até o futuro mais ultra
tecnológico, passando 
por esse presente perfeito 
para o Fim, eis:

A Humanidade Avassaladora!

Asseada pelo     Caos
Ansiosa    pelo      Caos
Assediada pelo  Caos

Humanidade 
Destruição!
Humanidade 
Apocalipse!

Destruídora!
Apocalíptica!
Existe em harmonia com seus
pormenores em elipse:

Atividade meio-fim,
do tolo poderoso bom Deus criador 
ao Homem criatura ruim,
-Armagedom...

Enquanto houver no planeta 
qualquer coisa que se possa
aniquilar, haverá dentro de
cada um de vós um átimo que
seja de Humanidade.

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Saúde terminal

Já era tarde demais
qualquer antecipação 
de tempo,

quando percebi 
antes, 
 
que o futuro foste muito pouco
daquilo que o passado pressentia. 

Fracasso Fantástico

Fértil o Ventre da Verve,
Verte Fácil Verso Bastardo
ou Vice-versa, 
um Vício Poético Visceral 
Frente ao Nefasto Vasto
Glorioso Mundo Patético  
de Todo Tolo Poeta Qualquer 
Quase, Fantástico. 

   Injetar o subterrâneo dos
   meus pensamentos profundos
   acerca do ao redor do céu 
   de cada chão em minha
   veia poética e viver em
   overdose de poesia absolutista
   como um Deus canalha pode ser.

Violento minha inspiração 
e Ela promiscua me dá o Fracasso.