quarta-feira, 24 de julho de 2024

Donc Dieu Existe!

Que diferença faz a existência 
para o que não existe,
o que não existe e qual a
importância daquilo que não 
existe para a existência?

A existência é inexata:
O Nada Existe!
O Nada Existe?

Se o nada existe, qual a distância 
Dele para nós, que indiferença faz
a existência para quem existe além dela?

Nós existimos para o nada,
Eu exatamente?

O nada está além da existência...
e o meu nada é Deus, e talvez 
nós sejamos o nada para Ele.

sábado, 20 de julho de 2024

Over Dosagem

Declamo em meus versos,
meu vício mais singular,
a vida que é uma Droga, 
porque sempre vivo em
Overdose.

E esta vida pesada,
pensada para ser e
viciar, e é claro,
criar dependência, 
pois depois do
primeiro uso, toda
e qualquer cura só 
pode ser a morte.

Sendo assim eu tenho que
dizer que neste instante, 
nesse Viver, eu estou agora 
escrevendo sob uma forte
crise de abstinência. 

sexta-feira, 19 de julho de 2024

Sub Ultra

Ego máximo
Eu sigo cego
Degrau abaixo.
Singularissimo
Meu declínio 
Aponta para o
Céu e eu aporto 
No mais sub ultra 
Solo desse
Precipício que 
Eu me aprofundei
Em ser. 
E fui, e serei,
Porém, hoje 
Sou nunca mais.
Cabisbaixo 
De tanto olhar para cima 
Ignorando Deus para apenas
Observar o Cosmo,
Tropeço na depressão do
Solo e voo ao chão. 

domingo, 14 de julho de 2024

It's Creep Script

Quando eu morria, naqueles tempos
tristes em qu'eu vivia por aí aquele 
Si-mesmo que insinuava sempre
minha pessoa por entre tantas
solitárias multidões de personas
com a mesma cara e alma,
eu morria me negando a compartilhar 
o meu viver com aquela massa 
elitista em de um Si que procuravam
sempre no outro, era e foi sempre 
assustador para mim ter de conviver 
assim, por isso eu morria, e morria
toda vez sempre quando.
Porém, sei também que muito vivi o
máximo do quanto pude sempre viver,
colhi amores e fui amigo, vivi de reveses, 
fiz versos e fui poeta. Me vi muitas vezes 
Diabo sempre que busquei por Deus,
e quanto queria ser Deus me encontrava
sendo Diabo outra vez.

A Humanidade no coração e alma dos Homens 
sempre causou muita recusa e repulsa em mim...

por isso morria,
eu queria ser árvore,
uma rocha, um rio,
um animal alado,
um bicho, um fogo-fátuo,
um abismo...

Tanto faz ser qualquer coisa desde que Eu
possa deixar de ser Homem, por isso eu
sempre morri, e se não queria ser Homem
e tampouco ser Deus, vivia a ser poeta,
que é o meio termo em que por inteiro eu
sempre me consolava em ser e ter de existir,
uma vez que viver a morrer também é algo
que cansa e que causa tormento e desprazer, 
por isso vivia, e testava-me a felicidade a
sanidade diante da sobriedade torpe que
muitas vezes é o viver, e outra vez por isso
Eu morria.

Me encantava as drogas, 
o vício e a loucura, 
e de livro em livro,
como de rua em rua
ou lua por lua e
madrugada após madrugada 
eu buscava aquele Si-mesmo 
do início mas não mais
conseguia mais encontrar,
e o que minha presença 
insinuava para os outros
já era de novo aquilo que
mais desprezavam,
por isso eu era desprezado
e então Eu testava a felicidade 
mostrando para ela que existem
outras formas de sentir alegria,
e que o que para Ela era feio e
absurdo, para mim sempre foi
espelho, liberdade e alforria,
e por isso eu morro sempre e
morria...

E mataria outra vez e quantas vezes
for necessário de novo para não ser
jamais como a massa, o todo e a maioria.

Sou de sobremaneira um pormenor 
do acaso assim como foi o
Universo que expandia,
hoje somos só o que os outros
superaram, e que ainda vivem por aí. 

estes versos Eles

O livro dizia, começando pela capa,
de que se tratava de taxidermia de
tardígrados que sofriam à tardinha 
de taquicardia, e por ser um livro de
poesia tudo faz sentido uma vez que
a inspiração é absurdamente 
verdadeira, e corria com tranquilidade 
como do mesmo modo não 
seria absoluta se não fosse rebeldia, 
e seria também absolutista se fossem
os poemas todos metrificados à risca
como diz a cartilha. Porém, graças ao
poeta era puramente poesia de
i n s p i r a ç ã o      l i v r e.

Maldita minha sorte,
o azar de poder ser
um Deus e jamais ser.

Fracasso da minha parte,
o poder de ser um Poeta e 
ter de viver a fazer versos
de azar. Versos que são 
um fardo para a poesia 
que tende sempre a negá-
los e renegá-los do mesmo
modo que fazem com a
métrica estes versos Eles.

Maldita minha técnica, mal vista,
mal dita por aí e mal quista também 
pelos mesmos detratores ultra super
admiradores de rimas e estrofes
metrificadas, e agredida também por
conservadores poetas, patéticos,
seguidores das mesmas ruínas desse
ritmo poético. 

Mas aguerrida é minha poesia, 
e como tardígrados meus versos 
resistentes de sobremaneira sobrevivem,
por enquanto sempre,
pois minha poesia é meu coração e este
bate em arritmia, 
assim corre livre com tranquilidade a
verve por entre minha veia poética.