uma mão afaga o chão, chora pela dor do seu perdão e,
em vão vão todos os seus sentidos entorpecidos pela emoção,
veste-se de santo e, num canto se camufla pra fugir com o
ladrão.
uma mão afaga o peito, afaga o jeito de sentir o medo que,
não diz nada, mas que tem vários dedos. do desejo do espelho
e,
do que diz o cinzeiro no suave e limpo cheiro de um estúpido
banheiro,
com uma simpática cara insalubre.
uma mão afaga o tempo, um minuto se esconde num descuido do
milênio e,
desperta sendo eterno como um calendário velho no quarto
apodrecendo.
o segundo em outro mundo se diverte com outros “undos” numa
gangorra de ponteiros defuntos.
uma mão afaga o céu, no quarto de uma torre motel com uma
puta bonitinha chamada babel. nas estrelas, ilusória confusa besteira de tentar
resgatar o involuntário e distinto brilho do opaco e fosco olho das belas
feiticeiras que te dopam e te matam
numa brincadeira domingueira. liberta-nos pro paraíso, pro eterno lar dos
alternativos, lugar de poetas malucos que escrevem besteiras.
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